STF condena 3º réu do 8/1 a 17 anos de prisão por 5 crimes; siga

Matheus Lima de Carvalho Lazaro é acusado de participar dos atos golpistas em 8 de janeiro. Primeiro réu foi condenado a 17 anos de prisão

STF condena 3º réu do 8/1 a 17 anos de prisão por 5 crimes; siga
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O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Matheus Lima de Carvalho Lazaro, 24 anos, a 17 anos de prisão por cinco crimes, incluindo golpe de Estado, pela participação dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, em Brasília.

Matheus é o terceiro dos quatro primeiros réus a serem julgados pelos ataques aos Três Poderes, em Brasília. Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação do jovem a 17 anos de prisão por cinco crimes, incluindo golpe de Estado.

Além disso, ele defende a condenação de Matheus pela prática dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça com substância inflamável contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Até agora, os ministros repetiram seus votos da primeira ação penal, quando condenaram Aécio Lúcio Costa Pereira a 17 anos de prisão.

Veja como votaram os ministros até agora nesta ação penal:
– Alexandre de Moraes (relator): 17 anos de prisão pelos cinco crimes
– Nunes Marques (revisor): 2 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência
– Luís Roberto Barroso: 11 anos e 6 meses por quatro crimes (todos menos a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito)
– Cristiano Zanin: 15 anos de prisão pelos cinco crimes
– Edson Fachin: 17 anos de prisão por cinco crimes
– Luiz Fux: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
– Dias Toffoli: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
– Cármen Lúcia: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
– Gilmar Mendes: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
– Rosa Weber (presidente): 17 anos de prisão pelos cinco crimes

O julgamento

A advogada de defesa, Larissa Cláudia Lopes de Araújo, afirmou que o réu não sabia o que ele estava fazendo ao pedir intervenção militar.

“Foi feita uma lavagem cerebral na cabeça desse menino tão grande… Olha o tanto de bobagem que ele fala. Nem ele sequer sabia o que significa intervenção militar. Na cabeça dele, isso era bom para o país, era proteção do Exército”, afirmou.

O relator do caso, Alexandre de Moraes, rebateu a advogada e disse que a ação penal contra Matheus é a que, até agora, envolve o maior número de provas. O ministro ressaltou que Matheus já foi soldado do Exército, e ironizou a alegação de que ele não sabia o que era intervenção militar.

“Estava há 20 dias pedindo intervenção militar, e não veio para Brasília para isso. (…) Chegou e disse que foi fornecida alimentação no local do evento. Isso é a maior prova da associação criminosa”, frisou.

Até agora, o STF condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, de 51 anos, e Thiago de Assis Mathar, 43. O quarto a ser julgado é Moacir José dos Santos, 52.

No início da fala, Larissa chegou a chorar ao falar sobre o tratamento dos ministros em relação aos advogados.

“Na primeira vez que venho, me sento como advogada, e sou ignorada pelo PGR (procurador-geral da República), pelo ministro relator (Alexandre de Moraes), que sequer me cumprimentou. Senhores, me desculpe querer chorar, mas nós não somos os réus desses processos. Somos só advogados. Não fui eu que cometi o crime, se é que é um crime”, disse.

Antes da fala da defesa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Matheus, apontando que as provas mostram que ele buscava um golpe de Estado e estruturar uma força que chamasse atenção do Exército para que os militares implementassem um golpe de Estado.

“Matheus se associou aos demais indivíduos para depredar bens públicos e destituir o governo legitimamente eleito”, afirmou. A procuradoria apontou, ainda, que foi apreendido com Matheus uma arma branca (canivete).

A advogada afirmou que seu cliente usava o canivete no acampamento onde ele estava. Ela disse, ainda, que ele estava em um estado de euforia, foi preso na rua, “falou pelos cotovelos” e assinou o depoimento dado na delegacia “sob coação”. Segundo ela, Matheus não depredou prédio público. “Não teve nem tempo”, afirmou.

Moraes rebateu dizendo que na audiência de custódia o réu tem oportunidade de alterar o depoimento, caso tenha sido coagido, o que ele não fez.

Fonte: Metrópoles