Temporal em Petrópolis deixa 44 mortos; bombeiros ainda não sabem quantos são os desaparecidos
Grande parte da cidade está sem luz nem água. ‘São inúmeros carros abandonados, ônibus dentro de rios’, disse o secretário de Defesa Civil.
A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na manhã desta quarta-feira (16) que subiu para 44 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não tem ideia do número de desaparecidos.
A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.
A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no município nesta quarta-feira (16) . Em caso de emergência, o telefone 199 está disponível.
Veja ao final da reportagem como ter informações sobre desaparecidos, onde estão os pontos de acolhimento e como ajudar com doações.
Corpo sendo retirado, na manhã desta quarta (16), da barreira que atingiu o Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Alexandre Kapiche/g1
Cidade sob a lama
Com o dia claro, era possível ver o tamanho da devastação — embora, em muitos locais, fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.
Morros vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram empilhados com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.
O Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina.
Socorristas buscam vítimas na janela do segundo andar de um prédio — o primeiro foi soterrado — Foto: Reprodução/TV Globo
Outras regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga.
'Situação quase de guerra', diz governador
O governador Cláudio Castro cancelou a agenda desta quarta-feira e foi para Petrópolis.
“A situação é quase que de guerra. Vimos carros pendurado em poste. Carro virado de cabeça para baixo. Muita lama e muita água ainda”, descreveu.
Segundo Castro, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, deve ir à cidade na próxima sexta-feira (18). “Grupos de trabalho já estão vendo o que vai precisar ser reconstruído. Mas nesse momento é salvar as pessoas e limpar a lama, lixo e escombros”, disse.
Castro afirmou que “as sirenes funcionaram perfeitamente”. “Tanto que a tragédia não foi maior porque as sirenes funcionaram.”
“Mas foi uma tragédia de uma hora para outra, com uma quantidade de chuva raramente vista: 200 milímetros em duas horas é uma quantidade absurda e infelizmente, não teve como salvar todas as pessoas”.
'Muita gente chegando em óbito, cheia de terra, de várias idades', relatou um médico em um pronto-socorro.
“Estamos passando por uma situação de extrema gravidade, e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.
A busca por sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros, Exército e Defesa Civil.
Agentes das secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Comdep e CPTrans também atuavam no atendimento da população e recuperação da cidade.
“Orientamos a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, o Tenente Coronel Gil Kempers.
Pontos de apoio
A Prefeitura abriu todos os pontos de apoio para o acolhimento da população de área de risco.
"Em geral, essas estruturas funcionam em escolas e neste momento, há atendimentos nas localidades do Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência, Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora. Ao todo, 184 pessoas estão recebendo suporte da prefeitura, que direcionou para as unidades profissionais da Saúde, Educação, Agentes Comunitários, além da Defesa Civil", disse o município.
Pontos de Acolhimento
Esses locais recebem doações e abrigam desalojados:
- Centro de Educação Infantil Chiquinha Rolla
- Escola Estadual Augusto Meschick
- Escola Municipal Alto Independência
- Escola Municipal Ana Mohammad
- Escola Municipal Doutor Paula Buarque
- Escola Municipal Doutor Rubens de Castro Bomtempo
- Escola Municipal Duque de Caxias
- Escola Municipal Governador Marcello Alencar
- Escola Municipal Odette Fonseca
- Escola Municipal Papa João Paulo II
- Escola Municipal Rosalina Nicolay
- Escola Municipal Stefan Zweig
- Escola Paroquial da Igreja Bom Jesus
- Quadra do Boa Esperança Futebol Clube
- Paróquia São Paulo Apóstolo no bairro de Copacabana
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Pitoco é resgatado do alto de montanha de lama em Petrópolis — Foto: Reprodução/TV Globo
Carros deformados no leito de rio em Petrópolis — Foto: Reprodução/TV Globo
Mulheres usam pás e enxadas para revirar escombros em Petrópolis — Foto: Reprodução/ TV Globo
Imagem de Castelânea, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio — Foto: Lívia Torres/ TV Globo
Homem faz busca em escombros no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Reprodução/ TV Globo
Moradores do Morro da Oficina observam a retirada de mais um corpo dos escombros da região, em Petrópolis — Foto: Reprodução/ TV Globo
Carros foram levados pelo temporal em Petrópolis, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo
Local atingido pelo desmoronamento de terra no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Alexandre Kapiche/g1
Área onde houve queda de barreira com vítimas foram soterradas no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Lucas Machado/g1
Fonte: G1/Rio de Janeiro