Terceiro suspeito de envolvimento nas mortes de Bruno e Dom é preso no AM
Jeferson da Silva Lima foi preso na manhã de sábado em Atalaia do Norte, informou o delegado da cidade, Alex Perez Timóteo. Além dele, estão presos Amarildo da Costa e Oseney da Costa.
Jeferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha", foi preso na manhã deste sábado (18). Ele é apontado pela Polícia Federal como o terceiro suspeito por envolvimento na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.
"Pelado da Dinha" teve o mandado de prisão expedido pela Justiça do Amazonas na noite desta sexta-feira (17) e estava foragido. Ele se entregou na delegacia de Atalaia do Norte (AM), nas primeiras horas da manhã deste sábado, onde foi ouvido pelo delegado Alex Perez Timóteo.
A Polícia Civil fez buscas para tentar prender o terceiro suspeito no sítio da mãe dele. Mas Jeferson não foi encontrado no local. Os policiais conversaram com a família para o orientarem a se entregar.
O delegado afirmou que, segundo as investigações, Jeferson tem participação direta no caso, desde a emboscada até a ocultação dos corpos. "Conforme todas as provas, todos os depoimentos colhidos até o momento, ele estava na cena do crime e participou ativamente do duplo homicídio ocorrido", disse.
Jeferson da Silva Lima será interrogado na unidade policial do município e depois encaminhado para audiência de custódia.
Além de Jeferson, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado" – que confessou o crime nesta quarta (15) –, e Oseney da Costa de Oliveira também estão presos em Atalaia do Norte, a 1.136 quilômetros de Manaus.
A Polícia Civil fez buscas para tentar prender o terceiro suspeito no sítio da mãe dele. Mas Jeferson não foi encontrado no local. Os policiais conversaram com a família para o orientarem a se entregar.
Por volta das 6h (horário de Atalaia do Norte), o suspeito foi até a delegacia e se entregou. Ele não estava acompanhado de advogado.
As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados e enterrados. Nesta sexta, a PF confirmou que os restos mortais encontrados são do jornalista inglês Dom Phillips. O resultado foi obtido a partir de análise da arcada dentária. A perícia precisa confirmar a identificação dos restos mortais do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Buscas pela embarcação
Neste sábado (18) continuam as buscas pela embarcação que transportava Bruno Pereira e Dom Phillips.
Na sexta-feira (17), as ações das forças de segurança encerraram no final da tarde. Equipes da Marinha e Defesa Civil de Atalaia do Norte, que dão apoio nas buscas, retornaram ao porto do município por volta das 15h45 (horário local).
A região onde as buscas se concentram foi apontada por Amarildo da Costa Oliveira. Ele também indicou à polícia o local onde a embarcação foi afundada e a área onde os corpos das vítimas foram ocultados.
Mais suspeitos podem estar envolvidos no crime
Na quinta-feira (16), fontes informaram à GloboNews que a Polícia Federal investiga a participação de cinco suspeitos no caso.
Investigadores afirmaram que, até agora, há indícios mais fortes a respeito dos executores. Policiais ainda tentam reunir mais elementos sobre o suposto mandante do crime.
O número de suspeitos muda conforme novas provas são adicionadas à investigação.
Motivação
A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: desmatamento e avanço do garimpo.
Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", está detido desde 7 de junho. Segundo a polícia, ele foi visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco do suspeito, que vinha negando ter qualquer relação com o caso. Já Oseney, o "Dos Santos", foi preso temporariamente na terça-feira (14).
Na quarta-feira (15), além de confessar participação nos crimes, Amarildo também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom. O restos mortais foram achados a cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás.
Fonte: G1/Am