Venezuela: após fim do prazo de votação, González diz que opositores estão 'felizes com as expectativas de bons resultados'

Oposição afirma que participação foi superior a 50% – o voto não é obrigatório no país vizinho –, mas órgão oficial não divulgou dados.

Venezuela: após fim do prazo de votação, González diz que opositores estão 'felizes com as expectativas de bons resultados'
Reprodução

O principal candidato de oposição ao regime de Nicolás Maduro, Edmundo González, disse estar feliz com a expectativa de resultado da eleição deste domingo (28).

"Estamos muito felizes com as expectativas de bons resultados", disse González após o fim do prazo para votação, às 19h (os locais de votação que tiverem eleitores podem continuar abertos até que todos votem). "Esta jornada vai terminar como começou. Nós vamos terminar em paz e comemoraremos em paz."

O opositor também defendeu que os cidadãos possam fiscalizar a contagem de votos, e comemorou o que considerou como uma participação "jamais vista";

De acordo com a oposição, o comparecimento às urnas era de 54,8% até 2 horas antes do encerramento da votação. Caso esse número se confirme, ele estaria 12 pontos percentuais acima da eleição anterior, de 2018.

A eleição contou com ampla mobilização da oposição, que, pela primeira vez em muitos anos, vê chances reais de derrotar o chavismo. Cerca de 21 milhões de pessoas se registraram para votar.

O voto não é obrigatório na Venezuela.

Em 2018, o presidente Nicolás Maduro, que tenta o terceiro mandato, havia recebido 6.248.864 votos, sendo eleito com 67,85% dos votos válidos. A votação teve a participação de 46% do eleitorado. Os resultados foram contestados pela oposição e por entidades internacionais.

Maduro entrou na disputa em um contexto de profunda crise econômica e humanitária na Venezuela. Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano teve uma queda de 80%, levando mais de 7 milhões de pessoas a deixarem o país.

Pela manhã, após votar, Maduro afirmou que reconheceria o árbitro eleitoral e garantiria que os resultados fossem respeitados. Em 17 de julho, ele declarou que o país poderia enfrentar um "banho de sangue" e uma "guerra civil" se não fosse reeleito.

Por sua vez, ao deixar o local de votação, González disse acreditar que as Forças Armadas venezuelanas respeitarão o resultado. Ele foi escolhido para encabeçar a chapa depois que as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris foram impedidas pelo regime de Maduro de concorrer.

Filas

O dia foi marcado por longas filas em algumas seções eleitorais. Os pontos de votação deveriam abrir às 6h, no horário local (7h, de Brasília), mas, cerca de 2h40 depois, 5% deles ainda não tinham sido abertos, segundo o CNE.

Em um ponto de votação em Caracas, houve confusão com empurrões e tapa na fila de eleitores antes da abertura dos portões.

"Eles não nos deixam entrar, por quê? Queremos votar, queremos ser uma nação venezuelana livre e não chavista nem madurista, para que estejamos todos juntos", disse o eleitor Oscar Marquina, segundo a Reuters.

No mesmo local, a polícia chegou a impedir a entrada de ao menos oito representantes partidários autorizados pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano (CNE), informou a agência de notícias AP.

Eleição na Venezuela — Foto: Juan Silva/g1

Eleição na Venezuela — Foto: Juan Silva/g1

Fonte: G1