Voepass demite diretores e anuncia mudanças no comando após desastre aéreo
Atual presidente e cofundador, José Luiz Felício Filho passa a acumular a liderança executiva e a gestão direta das operações. Foram demitidos Eric Cônsoli, David Faria e Marcel Moura, chefes das áreas de manutenção, segurança operacional e operações, respectivamente.
Em nota divulgada na noite desta quarta-feira (25), a Voepass anunciou a demissão dos diretores de manutenção, segurança operacional e operações e uma mudança no comando da empresa.
A reformulação da companhia com sede em Ribeirão Preto (SP) ocorre após o desastre aéreo com o voo 2283, que matou 62 pessoas à bordo de uma aeronave ATR-72 em agosto deste ano em Vinhedo (SP).
Segundo o comunicado, o atual presidente e cofundador, José Luiz Felício Filho, assume a liderança executiva e a gestão direta das operações. Na presidência da companhia desde 2004, ele mantém o posto.
O atual CEO, Eduardo Busch, passa a liderar o departamento de questões jurídicas da companhia.
Demissões
Na diretoria de Manutenção, sai Eric Cônsoli e entra Carlos Alberto Costa, executivo que está na empresa desde junho de 2022. Costa tem 35 anos de experiência na indústria aeronáutica, já ocupou posições de liderança, assim como a diretoria de Manutenção & MRO em outras companhias aéreas.
Na diretoria de Segurança Operacional, o comandante Diego Hangai, que trabalha na Voepass há 13 anos, ocupa o cargo deixado por David Faria. Hangai é comandante e instrutor de linha aérea com mais de 18 anos de experiência na aviação e na gestão de operações.
Por fim, o comandante Raphael Limongi assume a vaga deixada por Marcel Moura na diretoria de Operações. Limongi, que é piloto de aeronave com experiência nacional e internacional, está há 15 anos no mercado e já passou por cargos de liderança na chefia de pilotos. Ele foi gestor da área de garantia de qualidade operacional de voo na Diretoria de Segurança Operacional.
Segundo a Voepass, as indicações para os cargos de liderança foram submetidas à aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), conforme regulação vigente. A empresa ainda agradeceu os serviços prestados pelos ex-diretores.
"VOEPASS reconhece e agradece as importantes contribuições que os executivos desempenharam na trajetória da empresa."
Reorganização
Desde o acidente em agosto, a empresa tem feito uma reorganização. Ao todo, foram suspensas as operações em 13 destinos aéreos até o dia 26 de outubro. O motivo é a redução da frota em razão da aeronave envolvida no desastre aéreo. Veja os voos suspensos:
Nordeste
- Porto Seguro (BA)
- Salvador (BA)
- Aracati (CE)
- Fortaleza (CE)
- Juazeiro do Norte (CE)
- Campina Grande (PB)
- Mossoró (RN)
- Natal (RN)
Centro-Oeste
- Rio Verde (GO)
Sudeste
- Confins (MG)
- São José do Rio Preto (SP)
Sul
- Cascavel (PR)
- Chapecó (SC)
A Voepass informou que os passageiros que já tinham comprado passagens para o período nos trechos cancelados serão atendidos conforme a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A resolução prevê que, em caso de cancelamentos de voos, o passageiro pode solicitar:
- Reembolso integral da passagem,
- Reacomodação em um voo de outras companhias (já que as viagens com a Voepass estarão suspensas),
- Remarcação do voo para outra data sem custo
- ou outra alternativa de transporte para chegar ao destino.
Fonte: G1