Wilson Lima anuncia plano de ação da Operação Enchente 2022

Monitoramento hidroclimatológico aponta risco de cheia acima da normalidade no estado, no ano que vem

Wilson Lima anuncia plano de ação da Operação Enchente 2022
Fotos: Diego Peres/Secom

O governador Wilson Lima anunciou, nesta segunda-feira (27/12), o plano de ação para a Operação Enchente 2022. O planejamento define as medidas do Estado para socorrer aproximadamente 130 mil famílias nos 62 municípios que, possivelmente, enfrentarão os prejuízos causados pela subida dos rios da região. 

O plano observa dados de monitoramento hidroclimatológico que apontam risco de enchente dos rios do estado acima da normalidade, no ano que vem. Caso as previsões se confirmem, o Estado irá investir R$ 100 milhões para minimizar os impactos causados pela cheia.

“Nós estamos mobilizando toda a nossa estrutura, todos os secretários. Inclusive nós estamos reunindo para discutir ações integradas para prestar socorro a esses municípios e famílias que forem atingidas pela subida dos rios. Se continuar no ritmo que estamos de subida dos rios a previsão é que em 2022 todos os municípios do estado sejam atingidos pela enchente”, disse o governador.

De acordo com o Subcomando de Ações de Proteção e Defesa Civil do Estado, com exceção do rio Madeira, os níveis dos rios do estado estão atípicos no comparativo entre os meses de dezembro deste ano e o de 2020, que antecedeu a maior enchente registrada no estado dos últimos 100 anos.

Na calha do rio Negro, por exemplo, onde a maior cheia já registrada foi neste ano, o nível está 2,88 metros acima do que estava em igual período do ano passado. Em 24 de dezembro de 2020 o rio estava com 20,29 metros de profundidade; no mesmo dia deste mês chegou 23,27 metros este ano. Os indicadores têm como referência o município de Manaus.

Além do rio Negro, o monitoramento do nível dos rios das calhas nas estações dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos aponta níveis atípicos, acima do esperado para a época. Se as previsões se confirmarem, os primeiros municípios serão atingidos entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira metade de fevereiro.

Operação

O objetivo do plano é permitir que o Estado apresente respostas rápidas de ajuda humanitária em regiões em que o período sazonal de cheia causa impactos mais severos à população, bem como apoiar prefeituras municipais no monitoramento e adoção de medidas que minimizem os impactos. 

As ações serão coordenadas pelo Subcomando de Ações de Proteção e Defesa Civil do Estado, em parceria com secretarias e demais órgãos estaduais das áreas social, de saúde e do setor primário, entre outros.

“O que nós estamos fazendo no dia de hoje nada mais é do que apresentar para a sociedade um plano que demonstra que o Estado está preparado para dar respostas a uma possível enchente. Ações que estão planejadas para atender essas possíveis demandas que as Defesas Civis municipais irão requerer do Estado com ações complementares”, disse o secretário executivo de Defesa Civil, coronel Francisco Máximo.

O planejamento de resposta rápida do Estado inclui a montagem de abrigos provisórios, ajuda humanitária, instalação de estações de tratamento de água, aquisição de alimentos da agricultura familiar para distribuir à população afetada pela cheia e apoio aos produtores do setor primário que tiverem a produção prejudicada.

O plano prevê, ainda, concessão de Auxílio Estadual Enchente às famílias dos municípios mais afetados pela cheia. Em 2021 o auxílio, no valor de R$ 300, beneficiou 120.955 famílias de 56 municípios, totalizando mais de R$ 36 milhões em investimentos do Estado. O Auxílio Estadual Enchente possibilitou a compra de alimentos e outros itens essenciais.

Se necessário, haverá ainda liberação de crédito da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), em apoio à recuperação financeira daqueles que tiverem seu pequeno negócio ou produção afetados pela cheia.

O plano prevê, também, além da Balsa Hospital, a utilização da unidade básica fluvial de fiscalização e pesquisa do Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem-AM) para levar serviços de saúde e cidadania para municípios atingidos pela cheia dos rios.